sexta-feira, 26 de abril de 2013

Menos de 20% dos Brasileiros Hipertensos Mantém Tratamento de Controle

Reduzir o sal e praticar exercícios é apenas o começo para controlar a pressão alta.
 
O Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão, comemorado em 26 de abril, reforça que essa é uma doença grave, com consequências alarmantes. Responsável por 9,4 milhões de milhões de mortes no mundo, segundo levantamento da Organização Mundial da Saúde, a hipertensão arterial atinge 22,7% da população brasileira, de acordo com dados do Ministério da Saúde. Além disso, a hipertensão é responsável por 40% dos infartos, 80% dos casos de acidentes vascular cerebral (AVC) e 25% dos casos de insuficiência renal terminal no país.
 
Com objetivo de alertar a sociedade para o cuidado com a pressão alta, a Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH), com o apoio do Ministério da Saúde, da Sociedade Brasileira de Cardiologia e Sociedade Brasileira de Nefrologia, faz anualmente um alerta à população sobre a importância da medição da pressão arterial, prevenção e a manutenção do tratamento. "Nós queremos mostrar qual é a influência direta da pressão arterial na vida de uma pessoa e o que ela ganha medindo a pressão regularmente e adotando hábitos de vida saudáveis", explica o presidente da entidade, o cardiologista Roberto Franco.
 
A Campanha 2013 terá como tema "Benefícios de ser Menos Pressão". Por se tratar de uma doença silenciosa, a hipertensão muitas vezes encontra problemas desde o diagnóstico da doença até a aderência ao tratamento pelo paciente. A ideia da nova campanha é mostrar quais são os benefícios práticos de se prevenir e controlar a pressão arterial. "Esse é um dos grandes problemas da hipertensão, por ser uma doença assintomática, os pacientes por diferentes motivos tendem a abandonar o tratamento, tanto a modificação dos hábitos de vida quanto a tomada da medicação propriamente dita", explica a nefrologista Frida Plavnik, diretora científica da Sociedade Brasileira de Hipertensão.
Pouca aderência ao tratamento
Segundo dados da SBH, menos de 20% dos brasileiros hipertensos mantém aderência ao tratamento ao longo dos anos. Com base nisso, a organização irá lançar uma pesquisa nacional junto à classe médica e aos pacientes para identificar quais são as razões que os levam ao abandono do tratamento. "Essa pesquisa é extremamente importante, pois a partir dela identificaremos as razões desse comportamento dos brasileiros", explica Frida. "Com isso, conseguiremos trabalhar direto no foco do problema, por meio de campanhas educativas e contínuas, tanto com médicos quanto com a população em geral." A pesquisa será realizada em conjunto com a Sociedade Argentina de Hipertensão e dará um panorama do problema em dois países da América do Sul.
Jovens e idosos
As estimativas da SBH apontam que a doença atinge 59,7% das pessoas na terceira idade e 6% das crianças e jovens brasileiros. Médicos do Instituto do Coração (Incor) alertam que, sem diagnóstico precoce, a população jovem corre o risco de no futuro fazer aumentar uma estatística que já é alarmante. Pensando nisso, o Incor fará Campanha de Prevenção da Hipertensão com diagnóstico da doença em pais e seus filhos maiores de 14 anos, seguida de orientação de como se alimentar de forma saudável e dicas simples para combater o sedentarismo no dia a dia. Os médicos do Incor estarão disponíveis nesta sexta-feira (26) para dar orientações à população, das 9h às 17h, na unidade da Av. Dr. Eneas Carvalho de Aguiar, 44, em São Paulo. O telefone para mais informações é o (11) 3069-5000.
 
Alimentação no combate da doença
A relação entre sódio e pressão alta não é novidade. O que nem todo mundo sabe é que os níveis desse nutriente no organismo dependem de outro elemento: o potássio. "A dupla sódio e potássio geram o que nós chamamos de equilíbrio hídrico do corpo, sendo o potássio um bom diurético e o sódio um bom retentor de líquidos", explica a nutricionista Roseli Rossi, especialista em Nutrição Clínica Funcional, da clínica Equilíbrio Nutricional, em São Paulo. Uma dieta rica em potássio, portanto, leva a uma maior eliminação de sódio, o que pode ajudar a combater a pressão alta. Interessou? Então veja quais alimentos são boas fontes desse mineral:
 
Salmão grelhado
"Tanto o salmão quanto alguns mariscos são ótimas fontes de potássio", afirma a nutricionista Maria Fernanda Cortez, da clínica Nutri & Consult, em São Paulo. Um pedaço de 100 g do peixe grelhado oferece 628 mg de potássio. A profissional recomenda consumi-lo grelhado ou no forno para não elevar demais seu valor calórico. Ela destaca ainda que o alimento é rico em ácidos graxos ômega 3, anti-inflamatório que ajuda a regular os níveis de colesterol sanguíneo, evitando também doenças cardiovasculares.
 
Abacate 
Apesar de ser extremamente calórico, oferecendo 160 calorias a cada 100 g, o abacate é uma fruta extremamente rica em nutrientes, como as vitaminas A e E, que atuam como antioxidantes no organismo. "Além disso, a fruta contém betassitosterol, substância anti-inflamatória que ajuda a diminuir os níveis de colesterol ruim (LDL) no sangue", afirma a nutricionista Roseli. Quando o assunto é potássio, por sua vez, a fruta ganha ainda maior destaque. Cada 100 g da fruta contém 485 mg do mineral. O alimento pode ser consumido puro, em saladas ou em uma elaborada guacamole.
 
Espinafre cozido
Para obter potássio sem se preocupar com as calorias, o jeito é optar por folhas verdes. Dentre elas, a que ganha maior destaque pela abundância do mineral é o espinafre. Em uma porção de 100 g, você consome 466 mg de potássio. O alimento ainda é rico em ferro, mas lembre-se de que para conseguir absorver esse nutriente é necessário ingeri-lo com alguma fonte de vitamina C, como a laranja. "Consumir espinafre também ajuda a prevenir alguns tipos de câncer e doenças oculares, graças ao carotenoide luteína nele presente", complementa a nutricionista Roseli.
 
Batata assada
Apenas 100 g de batata oferece 391 mg de potássio, fazendo com que este alimento seja um bom aliado de quem sofre de hipertensão. A batata também ganha destaque por ser uma ótima fonte de carboidratos e não conter muita gordura. O alimento ainda contém vitaminas do complexo B e vitamina C.
 
Banana
Embora não seja a principal fonte de potássio, a banana é o alimento mais lembrado quando se fala no nutriente. Em 100 g da fruta, é possível obter 358 mg de potássio. Já a ideia de que a fruta previne cãibras não passa de mito. Beber água e repor o sódio perdido durante a prática de atividade física é o que é, de fato, eficaz para evitar o incômodo. Por fim, a banana ainda funciona como um calmante, relaxando músculos estressados e promovendo a liberação de hormônios que geram a sensação de bem-estar, aponta a nutricionista Roseli.
 
Feijão preto cozido
Se você precisa consumir mais potássio, talvez seja uma boa ideia optar pelo feijão preto. Uma porção de 100 g da semente oferece 355 mg de potássio. Seu consumo também fornece boas quantidades de ferro, fibras, fósforo e cálcio. Combinado com o arroz, então, o prato aumenta ainda mais seu valor nutritivo. Os aminoácidos - compostos que formam as proteínas - que faltam em um podem ser encontrados no outro.
 
Molho de tomate
O molho de tomate não só vai bem em massas como também é uma boa fonte de potássio. Uma latinha com 100 g oferece 331 mg do mineral. "Se possível, prepare você mesmo o molho, pois os industrializados são riquíssimos em açúcar, sódio conservantes e aromatizantes", recomenda a nutricionista Maria Fernanda. O molho de tomate também oferece boa quantidade de um fitoquímico chamado licopeno, que ajuda na prevenção de alguns tipos de câncer, graças ao seu poder antioxidante.
 
Mamão papaia
"O mamão também pode ser uma opção para o consumo de potássio", aponta a nutricionista Maria Fernanda. Um pedaço de 100 g oferece 257 mg do nutriente. A melhor forma de consumi-lo é cru no café da manhã e, se possível, acompanhado de aveia ou sementes de linhaça e chia. O mamão é rico em licopeno, vitamina C e possui uma enzima chamada papaína que auxilia na digestão.

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